O
caminho que separa a periferia do centro de uma cidade, quando visto com o
olhar de uma lente cinematográfica, é poesia e beleza, é narrativa cheia de
vida, é encontro e separação, mas é também realidade, que pode te levar ao
extremo das emoções, dependendo de como sentimos, vemos e vivemos cada passo
percorrido.
Naquela
semana, fui à escola em que meu tio trabalha em outro dia, que não o que havia
combinado, pois queria conhecer o homem que estava à frente das cores, dos
materiais, da grande obra de arte viva que era aquele espaço.
A
escola era uma verdadeira galeria de arte!
Arte
que vinha do “lixo”, dos materiais, que uma vez reciclados, deixavam de ser
parte de uma paisagem de miséria, para se tornar a voz do belo, a imagem da
esperança em um amanhã em que o ter será irmão do ser.
A
arte naquela escola não era uma disciplina menor, que fazia parte do currículo
por obrigação, todos os professores auxiliavam nos projetos, que transformavam
o lixo, o espaço e as pessoas. Aquela imensa galeria pertencia a todos, tinha a
mão de todos, peça por peça, objeto por objeto, ligava a todos, criando um elo
emocional, que deixava o ambiente rico de “gente”.
“Reciclar
o lixo é fácil, o difícil é reciclar pensamentos” – foi o que o professor
Marcos falou, e eu entendi o que ele quis dizer.
Eu
queria que a minha escola tivesse essa mesma vida, mas também queria que a escola
deles tivesse o conforto e a tecnologia que a minha tem.
Quem
sabe um dia, a gente consiga as duas coisas em um único espaço!
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