segunda-feira, 16 de setembro de 2019

Encontros - Episódio 2







SEM FRONTEIRAS

Existem pessoas, que mesmo sem nunca termos tido contado, quando as encontramos, são como portas que se abrem para nos mostrar o caminho, guias que nos conduzem, anjos que nos amparam e revigoram nossas forças.

Foi assim, quando cheguei naquela terra desconhecida geograficamente, mas que despertava em mim um sentimento de pertencimento, de alguma forma eu estava novamente em casa.

Por onde começar? O que fazer?

Naquela manhã, saí caminhando em meio ao nada. A terra vermelha, o sol brilhante e ardente, o silêncio. A fome, a dor, a miséria material, aplacadas apenas pela esperança. Eu precisava de respostas. Era muita pretensão para alguém que tão pouco possuía.

Voltei à pequena aldeia em que meu guia, a quem já sentia como um irmão, me esperava. Estava na hora de voltar.

Quanto à criança dos meu sonhos, eu a encontrei em muitos olhares, ela não era apenas uma, ela era muitas.

Quando o avião levantou voo, senti uma parte de mim sendo deixada para trás, tive vontade de chorar, e chorei. Uma mão tocou a minha e uma voz suave falou ao meu ouvido “um coração sensível sempre encontra outro que sente como ele”. Era o sopro da fé que me renovava.

Olhei pela janela e vi a Terra cada vez mais distante, sem divisões, de braços abertos para todos, como mãe que acolhe o filho e imaginei o mundo uma grande fraternidade, uma fraternidade sem fronteiras.

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