SEM FRONTEIRAS
Existem pessoas, que
mesmo sem nunca termos tido contado, quando as encontramos, são como portas que
se abrem para nos mostrar o caminho, guias que nos conduzem, anjos que nos
amparam e revigoram nossas forças.
Foi assim, quando
cheguei naquela terra desconhecida geograficamente, mas que despertava em mim
um sentimento de pertencimento, de alguma forma eu estava novamente em casa.
Por onde começar? O
que fazer?
Naquela manhã, saí
caminhando em meio ao nada. A terra vermelha, o sol brilhante e ardente, o
silêncio. A fome, a dor, a miséria material, aplacadas apenas pela esperança.
Eu precisava de respostas. Era muita pretensão para alguém que tão pouco
possuía.
Voltei à pequena
aldeia em que meu guia, a quem já sentia como um irmão, me esperava. Estava na
hora de voltar.
Quanto à criança dos
meu sonhos, eu a encontrei em muitos olhares, ela não era apenas uma, ela era
muitas.
Quando o avião
levantou voo, senti uma parte de mim sendo deixada para trás, tive vontade de
chorar, e chorei. Uma mão tocou a minha e uma voz suave falou ao meu ouvido “um
coração sensível sempre encontra outro que sente como ele”. Era o sopro da fé
que me renovava.
Olhei pela janela e
vi a Terra cada vez mais distante, sem divisões, de braços abertos para todos,
como mãe que acolhe o filho e imaginei o mundo uma grande fraternidade, uma
fraternidade sem fronteiras.
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